quinta-feira, 1 de abril de 2010

Erros

(...)


Era uma vez uma história.

Daquelas sem a mínima graça.

Sem porquinho, sem carneiro, sem pato feio.

Daquelas que você cansou de ouvir.

E cansou de viver.

Nesse livro não tem ‘fim’.

A morte chama.

Ninguém é salvo.

E falta alguma coisa.

Sempre falta.

(...)

Talvez a resposta esteja perdida entre a razão e a inocência.

Talvez a resposta seja vazia como o olhar seco entre os lírios.

Talvez a resposta não exista.

(...)

É, talvez todo esse tempo de busca tenha servido apenas para preencher a falta de sentido

Eu subi a montanha e não vi nada.

Nada.

Se preferiria continuar escalando sem chegar ao topo?

Talvez... talvez o entretenimento da escalada me distraísse o suficiente para não pensar nas dores.

(...)

Um segundo só é válido quando é pleno.

Senão é mentira.

Senão é morto.

Senão é imperfeito.

(...)

Não agarro desejos com dedos mas com dentes.

Para se errar com classe o erro deve ser magnânimo, pois afinal, até para o erro existem expectativas... você sabe.

E como existem!

E ah, quem dera eu cometer o mais perfeito dos erros.

Seria estrela que vive no escuro sem brilhar, e aí sim minha loucura seria a mais sábia entre os homens.

Quantas vezes assisti em silêncio contemplares meus erros.

E ah sim, foram erros.

Mas erros muito bem sucedidos, convenhamos.

E errar é uma arte.

Para alguns uma frivolidade da inconseqüência, para outros, filosofia de vida.

E foram senhores erros... embora não o suficiente.

(...)